terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Homem-Elefante-sinopse:A história de John Merrick (John Hurt), um desafortunado cidadão da Inglaterra vitoriana que eraportador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado, tendo 90% do seu corpo deformado.Esta situação tendia fazer com que ele passasse toda a sua existência se exibindo em circos de variedades como um monstro. Inicialmente era considerado um débil mental pela sua dificuldade de falar, até que um médico, Frederick Treves (Anthony Hopkins), o descobriu e o levou para um hospital. Lá Merrick se liberou emocionalmente e intelectualmente, além de se mostrar uma pessoa sensível ao extremo, que conseguiu recuperar sua dignidade. Neste momento da sua vida Sra. Kendal (Anne Bancroft), uma grande atriz, foi bem importante para Merrick, que por motivos óbvios tinha um grande problema em ver seu rosto,tanto que no hospital era terminantemente proibido que houvesse qualquer espelho próximo a John. Sra.Kendal soube como poucos fazer Merrick recuperar sua auto-estima, pois ela era realmente uma amiga dele, enquanto alguns membros da sociedade londrina iam visitá-lo só por "estar na moda". Mas por ter dois "anjos da guarda", Treves e Kendal, o drama de Merrick sensibilizou até a coroa britânica, que pediu que Merrick fosse amparado para sempre, pois haviam pessoas que eram contra a sua permanência no hospital,pois ele era um caso incurável. (1)

SUPERANDO OS LIMINTES (A COISA FEIA PODE SE TORNAR BELA) (2)
O efeito deletério do racismo, que destrói que corrompe, sendo ainda, nocivo a saúde, bem como desmoralizador, secularmente imposto, tem como objetivo alcançar e dizimar almas e a identidades de um povo. Nesta direção quer os algozes manter suas vitimas impassíveis, ou seja, indiferente a dor, como nos tempos em que marcavam escravos com ferro em brasa, como se fosse possivel. Acreditam e tratam o povo negro como verdadeiros timoratos, impondo lhes certo estado de letargia, situação que ousam chamar de relação cordial. Ou seja, algoz sujeitos, discriminados objetos.
Ao ser tratado com tal nível de hostilidade, vive o povo negro o drama existencial decorrente da privação e exclusão, cujo efeito reflexo esta no sofrimento, na solidão no sentimento de culpa, na doença, uma vez que, como exemplo, resta constatado em pesquisas que, a propensão a pressão arterial alta em negros, tem importante fundo emocional. Certamente por viver em permanente estado de alerta,  no limite da opressão, sabido que, a simulação de seu algoz reproduz sempre o fator surpresa exigindo que esteja, o cidadão negro, quase semrpe, em estado de alerta. Acarretando este estado certamente, entre outras afetações  danos pelo prolongado stresse de sobrevivência:
1) O STRESS DE SOBREVIVÊNCIA
Confrontado com o seu meio natural, o animal deve, permanentemente, gastar a energia, mobilizar todos os recursos para assegurar a sua sobrevivência: procura de alimentos, luta contra os predadores…
Geralmente, o mamífero é equipado de dois mecanismos de adaptação ao stress de sobrevivência; o primeiro permite-lhe de excitar todos os meios de defesa para melhor fazer face à agressão ou adaptar-se de maneira adequada aos problemas colocados pelo meio ambiente, o segundo permite-lhe, pelo contrário, no caso “crash” de se abandonar sem sofrer à morte (7)
O povo negro para infelicidade dos que lhes queriam destruir a auto-estima, jamais abandou sua luta, não obstante ao fato de ter que matar um leão por dia, sendo oportuno citar “os seis leões”, trecho do artigo A Cor da Pobreza: Seis leões: "Historicamente, o negro escutou que é feio, sujo, incapaz, inferior. Claro que sua auto-estima ficou abalada", diz a psicóloga Ana Maria Silva, do grupo Amma - Psique e Negritude. Muitos valores negros foram negados, e negar a própria origem causa conflitos e sofrimento. "Ao entrar na escola, a criança não encontra nenhum herói negro, o desenvolvimento do país nunca é atribuído a essa parte da população, a única identificação do povo é com a dor e a servidão." Segundo a psicóloga, essa ausência de referências positivas certamente causa um impacto emocional negativo. A auto-estima fica rebaixada: a pessoa parece não ter direito a êxito na vida. Os poucos negros que pertencem à classe média impõem a si mesmos uma exigência absurda. "O visual deve estar impecável. Profissionalmente, em vez de dois leões por dia, deve matar seis. Enfrentar o racismo dessa forma causa um grande desgaste psicológico." (6)
Eis a pergunta que não quer calar. Onde esta a propalada democracia racial ? Baseado em artigo de Schwarcz, verificamos que: “o preconceito aqui aparece muitas vezes como um objeto invisível e o pais não apresenta tensões abertas e conflito permanentes (Fernandes, 1997:21:26).
Resulta dessa constatação que existe um retumbante e vazio discurso pretendendo fazer crer, tratar os que se opõe a tais absurdos, ainda que os  fatos falem por si mesmo, de verdadeiros Dons Quixotes.
Entretanto, esquecem nossos algozes que: “a sabedoria é o único bem que os tiranos não podem confiscar”
A analogia da presente reflexão com o homem elefante, é deveras oportuna, os novos tempos em números estatísticos, dão conta de que, a capacidade de resiliência tem possibilitado com que o povo negro se liberte aos poucos das maléficas introjeções impostas pelo racismo, como podemos ver em publicação da Folha de São Paulo, Online, Caderno Cotidiano, de 09 de setembro de 2008:
“Entre 1993 e 2006, o número de pessoas que se consideram negras subiu de 42% para 46%, segundo pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os dados fazem parte da pesquisa "Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça", obtidos a partir dos números da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) divulgados hoje”.
Entendo que estas manifestações podem serem vistas como movimento de liberdade advindo da sanidade imediata ao apropriar-se da verdadeira identidade, preenchida pela introjeção positiva de pertencimento a um passado de luta na condição de filhos da diásporas. Somos parte de uma história de superações de limintes..
Outro aspecto valioso está no aprendizado de como jogar o jogo da simulação e dissimulação. Neste momento faz se presente uma das valiosas teorias de Mahatima Gandhi, como macainismo de defesa,  RESISTÊNCIA PELA OMISSÃO APARENTE”, talvez representada hoje pela grande capacidade  resiliência do povo negro.
Vejo isso “na aparente inconsistência das estatísticas em que quase totalidade dos brancos entrevistados afirmam não se julgar racista, mas diz conhecer pessoas próximas que têm preconceito. Esse e o jogo da simulação, onde reiteradamente os diversos seguimentos da elite, simulam situações objetivando fazer parecer que vivemos em uma democracia racial. Geralmente valem-se das exceções como a de que tem um amigo negro, que conhece um negro de sucesso etc...Por outro lado, “da mesma forma, a maioria dos negros entrevistados nega ter sido vitima de discriminação, mas confirmam casos de racismo envolvendo familiares e conhecidos próximos”. Esse é o jogo da dissimulação. É certo que entre esses entrevistados negros, ainda existem muitos que não tiveram a coragem de se libertar de seu homem elefante. Entretanto, por uma questão de sobrevivência, a dissimulação se faz necessária, é o que posso ver na declaração do irmão negro, ou seja, nunca vi o diabo mais sei que ele existe e gosta de espinafrar negros. Se para os brancos o diabo são os outros, para não entrar nessa discussão absurda e seguir em frente, o  melhor, por uma questão estrategica é afirmar que o diabo só pega os outros. Ou talvez ainda estejamos diante da verdadeira sindrome de Estocomo ?. Ademais quem ousaria, em certas circunstâncias questionar a injustiça representada pelo revolver apontado na cara no momento do ato Mas em fim, quem são os Algozes ? A restposta pode estar ao analisarmos a relexão sobre o filme CRASH-NO LIMINTE: "A discriminação que não é apenas racial, mas sim uma questão cultural que vem se arrastando por séculos, é uma realidade, que vem sendo usada como um meio de extravasar sentimentos negativos gerados entre as sociedades e utilizados por pessoas mentalmente perturbadas para validar e reafirmar um pré-conceito ou um conceito prévio do que é o outro ou o que poderá vir-a-ser". (8)  O alvo esta errado, pois, no caso do Brasil,  o outro quando liberto de seu homem elefante, se apresenta de coração aberto disposto a contribuir para o bem da coletividade. E nesse momento temos revelado o sentido de Nação. Existe uma base solida de vontade de pertencimento, do povo negro a uma Nação, destacado pela capacidade de compartilharmente, abnegação de vontade de ser sujeito e não objeto. Haja vista do carnaval,  que deixará de ser o ópio do povo, quando este povo que faz a festa, for tratado com dignidade, auferindo os beneficios do turismo de memoria do qual secularmente foi protagonista, relativamente ao  menter viva essa tradição.  Pois do contrario, vivendo no limite da opressão, muitos continuarão correndo o risco de serem  usados como bucha de canhão, a exemplo do documentário "Falcão-Meninos do Tráfico" (9), sendo desnecessário, entrar em detalhes quanto a quem são o alvo. Precisamos entender que a energia gasta para "extravassar sentimentos negativos" de uma lado,  se transformada em energia construtiva.  Somada  a energia gasta para matar seis leões por dia de outro, são a argamassa indispensável a construção de uma identidade nacional.   Mas para isso temos de deixar de lado a hipocrisia  que alimenta esse jogo de faz de conta, o jogo da simulação, reconhecendo efetivamente o negro como "elemento fundamental a formação da cultura e identidade do país,"
(4)http://migre.me/ff0p

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