domingo, 9 de novembro de 2008

EM BUSCA DA LUZ DO NOVO SOL. UM DIA O POVO NEGRO BRASILEIRO HAVERÁ DE DESENBARCAR EM UMA ILHA CHAMADA DIGNIDADE. SÃO MUITOS OS EDUARDOS SANTOS A PROCURA DE SI MESMO. NÃO OBSTANTE A CRUELDADE A VIDA TEM NOS ENSINADO A NAVEGAR (Sabes navegar, tens carta de navegação, ao que o homem respondeu, Aprenderei no mar. fonte:O conto da ilha desconhecida,José Saramago)

"O QUILOMBO VAI FALAR"
LIÇÕES DA FORMULA 1, AOS ADEPTOS DA FORMULA CRUEL: “CORRENDO SOZINHO, CHEGANDO EM SEGUNDO”O abismo construído pelo racismo, não obstante aos números vem sendo reiteradamente negado pela elite brasileira. Essa conduta da origem ao insofismável, por sua vez, a teorias que beiram as raias do absurdo.Entretanto, hipocrisia tem limite, e somente por essa razão, após muitos anos, de efetiva ação do movimento negro brasileiro, pela primeira vez o Brasil, reconheceu em Durban, ser uma pais racista. A partir desse publica constatação, o tema cota passou a ser discutido e entrou na agenda política.Nesse momento emerge o descalabro de uma teoria insustentável, destituída de qualquer dado de realidade, patrocinada por seguimento da mesma elite, se declarando contra a cota, quando então, defendem que se aplique um critério de meritocracia.Porém não dão conta, ou melhor, buscando negar os fatos, ignoram o que se deu concomitantemente ao decreto de abolição da escravatura. Ou seja, um decreto que não vislumbra qualquer perspectiva quando ao futuro desse povo, rechaçado quanto a qualquer possibilidade de que viesse a ocupar o espaço destinado a mão de obra livre, decretou também sua pena de morte. A assertiva acima encontra fundamento no fato que, passou a imperar a cruel lei do “cada um por si e o diabo que carregue o último”. A partir de então as inúmeras tramas criadas deu origem a insustentável teoria de que; “é possível um negro, correr sozinho e chegar em segundo”, sem chance de reclamar.A teoria absurda vem sendo aplicada nos mais diversos setores, no mercado de trabalho, o salário do negro é metade do salário de branco, na mesma função, ou seja, sempre em segundo. A seleção para o trabalho valendo se de código secreto, usado para excluir negros, denunciado pelo movimento negro, implica em ter que ouvir o negro, ainda que tenha sido o melhor entre os selecionados a sentença,”INFELIZMENTE O SENHOR FICOU EM SEUNDO LUGAR”. E não adiante questionar o candidato negro, que não deparou com outro concorrente melhor qualificado. Minha esposa foi vitima desse processo.Igualmente, costumamos deparar com a sentença “o importante é competir”, porém em se tratando de Brasil, jamais se cogitou da possibilidade, de um negro vir a pilotar um carro de formula 1.O que sempre se espera de um negro é que, transponha o abismo social imposto, e se torne um herói brasileiro, restando lamentável ver um atleta, como no caso de Eduardo Santos, privado do necessário para alcançar um nível pleno para competição, nas olimpíadas de Pequim; “pedir desculpas ao pai e mãe entendendo não haver sido competente o suficiente para derrotar seus adversários”. Caro irmão Eduardo seus adversários não estão em Pequim. Em conclusão, pondo de lado a paixão, não acreditava a elite esportiva, que um negro submetido a mesma cobrança, no que diz respeito a expectativa de resultado, pudesse vir a conquistar um titulo mundial para sua nação, depois do que aconteceu no campeonato passado. Será que repetiria o fiasco?. Não, a história deixaria cravadas âncoras valiosas indispensável na construção de atitude pro ativa, e auto-estima, em especial do negro, ou seja: “Negro quando não faz em um campeonato de entrada, faz em outro”, “Negro parado é super Star, correndo é campeão”Mas dessa vez resolveu o Inglês nos proporcionar, uma outra e valiosa âncora, contrariando a mesma teoria utilizada pela elite brasileira, contra o irmão negro, ou seja, não obstante ao fato de pretender que continuemos correndo sozinho e chegando em segundo, restou definitivo que: O IMPORTANTE NÃO É CHEGAR EM PRIMEIRO, O IMPORTANTE É SER CAMPEÃO”.Falando em âncora o troféu projetado por Oscar Niemeyer, que faz lembrar exatamente uma âncora, simbolo esse que, representará para sempre, valioso referencial ao povo, em especial a comunidade negra e pobre, isto é, toda vez que tivermos que lembrar que o primeiro campeonato de formula 1 vencido por um negro se deu no Brasil. Teremos a chance de somar pontos, na certeza de que precisamos aprender com os que sabem usar o "barandar", queira ou não, os que torcem contra. (Barandar, s.m. Aparelho para equilibrar pequenas embarcações quando há mar grosso, Aurélio)Sérgio dos Santos
Postado por SÉRGIO DOS SANTOS
http://www.releituras.com/jsaramago_conto.asp

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